Enfim um dos textos lidos durante a formatura...

domingo, 15 de agosto de 2010

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS,03 DE AGOSTO DE 2010

FORMATURA DOS ALUNOS DO CURSO

PET- PROGRAMA EDUCAÇÃO PARA O TRABALHO-NOVAS CONEXÕES-TURMA AM10

Quem somos de onde viemos, para onde vamos?” parece bem pertinente para a ocasião da formatura, na qual sentimentos de angústia, dúvida, insegurança, alegria e esperança misturam-se num veloz carrossel. Buscaremos, durante estes poucos minutos, responder às perguntas suscitadas e desejamos, sinceramente, que cada um encontre as suas próprias respostas.

A primeira grande questão é descobrir quem somos. Apesar da aparente obviedade da resposta, é de fundamental importância encontrar nossa real identidade, porque, somente quando tomarmos consciência disso, poderemos delinear, com maior clareza, nosso papel e valor na comunidade em que estamos inseridos. É vital estarmos cientes de que não encontraremos uma única resposta, nem uma resposta definitiva: a cada nova indagação, poderão surgir outras respostas.

Neste momento, porém, podemos dizer que somos aqueles que têm “olhos e ouvidos diferentes”. Somos, ainda, pesquisadores, questionadores e, muitas vezes, até mesmo, saudavelmente perturbadores, na medida em que procuramos satisfazer nossa insaciável sede de saber.

Dessa forma, é importante termos em mente de onde viemos e que mudanças sofremos ao longo desses desafiadores meses. A turma AM10 do programa educação para o trabalho(PET) mostrou, desde o início, uma divergência de interesses, formação e expectativas quanto ao curso. Alguns destacaram-se como questionadores e pensadores; outros, pela capacidade de expressão e liderança; ainda outros primaram pela organização e pontualidade. Há também aqueles que foram verdadeiros exemplos de dedicação e persistência. Apesar das diferenças, todos esses personagens protagonizaram a crônica diária que vivenciamos, cujo tempo psicológico, por vezes, voou e, por outras, arrastou-se. Estamos, portanto, plenamente cientes da relatividade do tempo.

Por falar em dificuldade, aprendemos que, diante de obstáculos, a união e uma postura ética são essenciais. Nesses momentos, entendemos, mais uma vez, quão veraz é a afirmação de que “A ausência é tão significativa quanto a presença.” E, seguindo o conselho de certo alguém muito especial, sapateamos para enfrentar os problemas.

Em meio a tudo isso, tivemos a oportunidade de conviver com todo tipo de pessoas e profissionais. Dentre eles, professores competentes e dedicados, cada qual com a sua abordagem de ensino e filosofia de vida, e a quem somos sinceramente gratos. Sabemos que a perfeição não existe e que, nesta caminhada, nem todos, nem mesmo nós, conseguimos atingir a totalidade de nossas expectativas, afinal de contas, como sabiamente pondera Henfil: “Se não houver frutos, valeu a beleza das flores; se não houver flores, valeu a sombra das folhas; se não houver folhas, valeu a intenção da semente”.

Assim, estejamos convictos de que todas as experiências podem ser proveitosas para enriquecer nosso aprendizado como seres humanos e servem de modelo para o que devemos e o que não devemos repetir. Temos a certeza, no entanto, de que os inumeráveis exemplos de ética, presteza, solicitude, compreensão e competência profissional ficarão para sempre dentro de cada um de nós e serão perpetuados. Conforme reflete Rubem Alves: “Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra.”

Não esqueçamos, também, daqueles que contribuíram para que aqui estivéssemos: nossos familiares e amigos, inclusive os que conquistamos no meio do caminho, os quais, através de seu apoio leal e incansável incentivo, foram para nós “abrigo contra o vento “(..)A estes agradecemos.

Mas o questionamento que começou a ser sussurrado, talvez desde o início do curso, e que passou a ser cada vez mais audível dentro de cada um de nós, é para onde vamos. Na verdade, quando nos fazemos essa pergunta, o que talvez mais nos instile medo não seja o desconhecido à nossa frente, mas, antes, o conhecido. Conhecido esse que se tornou muito mais palpável e que provocou em muitos de nós o choque diante das gigantescas possibilidades que temos.

Por isso, estejamos conscientes de que fracassos farão parte de nossa realidade. Na verdade, os insucessos aparentemente ofuscarão nossas conquistas. Haverá dias em que alguns obstáculos nos parecerão intransponíveis a ponto de nos considerarmos impotentes. Muitas vezes, nos sentiremos encurralados e tentados a deixar de lutar contra a corrente e simplesmente ser sugados pela roda viva. Chico Buarque consegue expressar com muita beleza e sensibilidade a aspereza desses instantes:

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino pra lá


No entanto, é importante que tenhamos a sólida confiança de que podemos fazer a diferença, mesmo que esta não seja percebida a curto prazo. Afinal, apesar de sermos o que somos, virmos de onde viemos e estarmos indo a algum lugar, sabemos que este não é o fim, mas apenas o princípio,de uma longa jornada.
Por Tamires

1 comentários:

Unknown disse...

Tamires e as fotos !

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